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10 abr 2018

Respostas certas só vêm com perguntas certas

A cada acidente, a cada contaminação, buscam-se respostas para justificar, punir ou remediar. Natural. E por que não se tem as soluções ou, no mínimo, orientação de por onde as respostas serão obtidas?

O Brasil tem discutido muito sobre Mineração: o decreto da Renca, o evento de rompimento da barragem de Mariana com a recuperação do Rio Doce, a contaminação de águas superficiais e subterrâneas (rio, igarapés e poços) na cidade de Barcarena no Pará e, muito recentemente, rompimento de um mineroduto.

O Brasil é rico em minerais, e a sua economia então depende, em boa parte, destes recursos naturais. Mas, por outro lado, a mineração pode degradar o meio ambiente, poluindo as águas, ser causa de acidentes, derrubar árvores... E aí? 

A busca do atendimento equilibrado para a sustentabilidade (i.e. o equilíbrio dinâmico para as dimensões social, ambiental e econômica de qualquer ação, de sorte que as gerações futuras também sejam atendidas) depende fundamentalmente de que os atores da sociedade (i.e. Poder Público, Empresas, Ongs e Academia) desejem conjuntamente buscar as respostas de remediação através de um bom diagnóstico; e que as perguntas sejam formuladas corretamente. Assim, há que se considerar a necessidade de se ter dados que permitam isso.

A cada novo evento de acidente, contaminação, percebe-se o excesso de dados medidos, mas a falta de dados que realmente ajudarão a elucidar quais são os efeitos ambientais trazidos à biota. Remediar uma situação anterior corresponde a responder corretamente as perguntas que de fato importam. Respostas certas dependem das perguntas certas. Por exemplo, tem como conhecer os reais efeitos ambientais sem “perguntar” aos organismos que vivem no ambiente afetado? É como querer receitar um remédio sem consultar o paciente, fazendo um paralelo com a medicina.

Assim erros se acumulam, ainda mais quando não se tem a baseline (linha de base), isto é, qual era o estado anterior que oriente a recuperação e/ou a compensação. Quantas espécies de peixes havia no rio antes do acidente? Elas apresentavam algum nível de contaminação em seus tecidos?

Tecnologias de monitoramento padronizado das águas, focadas na saúde da biota e em segurança alimentar da população atingida; e outras de restauração dos recursos hídricos com o propósito de recuperar o mais que possível o estado natural anterior, existem e estão disponíveis no Brasil.

Para tanto, as respostas certas? Só com as perguntas certas!

 

Texto por Robson Melo, Engenheiro e consultor para a sustentabilidade, atuando na APLYSIA. Artigo publicado na revista Brasil Mineral, acesse clicando aqui

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