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06 mar 2018

Microplástico, uma das 20 questões ambientais prioritárias na América Latina

A SETAC (Society of Environmental Toxicology and Chemistry) é uma organização profissional global com a missão de alcançar a Qualidade Ambiental pela Ciência e garantir uma participação equilibrada do governo, das empresas e da academia. A Diretora técnica da APLYSIA, Tatiana Heid Furley, é a presidente da SETAC America latina, e juntamente com a nossa especialista em ecotoxicologia, Kátia Regina Chagas, teve a oportunidade de participar do Projeto Global Horizon Scanning (GSH), que foi estabelecido para identificar e priorizar as necessidades de pesquisa ambiental mais críticas

Uma centena de questões de pesquisa foram submetidas pelos membros da SETAC LA e as 20 questões de pesquisa prioritárias foram selecionadas no Workshop de LA GSH realizado durante a 11ª Reunião Bienal do SLA, em Buenos Aires, em 2015.

Uma destas 20 questões foi o microplástico presente em produtos de higiene pessoal e cosméticos, e que acabam em lagos, rios e oceanos e se integram na cadeia alimentar, convertendo-os em um sério problema ambiental.

 

Leia a matéria que a National Geographic publicou Clicando Aqui. Se preferir, segue abaixo a notícia traduzida do Espanhol pela RESAG.

 

 

Reino Unido proíbe o uso de microplásticos em cosméticos

Estes pequenos fragmentos acabam em lagos, rios e oceanos e se integram na cadeia alimentar, convertendo-os em um sério problema ambiental

A simples vista podem parecer inofensivas, mas estas pequenas esferas de plástico presentes em géis de ducha, cremes esfoliantes e outros muitos produtos cosméticos acabam em mares e oceanos em todo mundo, causando um grave dano para a fauna e a flora marinha.

Segundo um relatório publicado pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentara (EFSA por suas siglas em inglês), estas diminutas peças de menos de cinco milímetros de diâmetro se integram na cadeia alimentar dos ecossistemas marinhos, ao ser ingeridas por animais como mexilhões, ostras e pequenos peixes. Desde aí passam a espécies maiores, e inclusive podemos acabar ingerindo-as ao comer pescado.

Segundo um estudo publicado em 2015 pela revista Science, cada ano se vertem aos oceanos 8 milhões de toneladas de plástico. De toda esta quantidade, segundo um relatório encarregado faz dois anos pelo Parlamento britânico, estima-se que um total de entre 2.400 e 8.600 toneladas de microesferas poderiam estar poluindo as águas na Europa. Um simples banho, por exemplo, poderia desprender 100.000 dessas micropeças na água.

Embora estas partículas constituem sozinhas uma pequena proporção de toda a contaminação total de plástico, muitas organizações conservacionistas alertam de sua crescente presença em rios, lagos e oceanos, com o que apressam aos governos a que proíbam sua comercialização, principalmente tendo em conta que se trata de produtos facilmente dispensáveis.

É precisamente o que acaba de fazer o Reino Unido, país que acaba de aprovar a proibição do uso de microplásticos em produtos cosméticos no passado 9 de janeiro, uma medida que se completará com a proibição da comercialização destes produtos dentro de seis meses.

O que são os micro plásticos?

Trata-se de pequenas esferas de plástico presentes em múltiplos produtos cosméticos, como esfoliantes faciais, géis de banho e pasta de dente, entre outros. Medem menos de cinco milímetros de diâmetro (aproximadamente o tamanho de um grão de arroz) e podem encontrar-se também em outros produtos de uso frequente, como chiclete, produtos de limpeza ou fibras de roupa sintética.

Por que estão presentes nos cosméticos?

Algumas das marcas mais conhecidos anunciaram os poderes esfoliantes das microesferas, especialmente em cremes faciais e corporais, embora se comprometeram a retira-las progressivamente do mercado.

O que tem feito o Reino Unido?

Em Setembro de 2016 o Governo do país se comprometeu a proibir a fabricação de qualquer produto que contenha microesferas de plástico, uma medida que entrou em vigor em 9 de janeiro de 2018. Em meados do ano se prevê a aprovação de outra resolução que proíba sua venda.

"Os mares e oceanos do mundo se contam entre nossos bens naturais mais estimados, por isso estou decidida a atuar contra os plásticos que devastam nossa preciosa vida marinha", afirmou a ministra de Meio ambiente do Governo Britânico, Thérèse Coffey, perguntada pela política meio-ambiental de seu país.

Onde mais estão proibidas?

Em 2015 os Estados Unidos aprovou a Lei de Águas Livres das Microesferas, em que se exigia que as empresas deixassem de utilizar estes micro plásticos em produtos de beleza e saúde a partir de julho de 2017. No Canadá, a proibição de fabricação destes produtos entrou em vigor a princípios deste ano, enquanto que a Nova Zelândia o fará a princípios do verão. Vários países da União Europeia iniciaram uma campanha em favor de uma proibição similar.

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